Cistite recorrente: entenda por que ela volta

Tempo de leitura: 3 min.
atualizado em 12/05/2025
Sumário

A cistite recorrente é uma infecção urinária que surge com frequência e afeta milhares de mulheres, impactando a saúde física e emocional. Compreender as causas e os fatores de risco é fundamental para o tratamento eficaz e a prevenção de novos episódios. Entenda mais sobre esse assunto!

Pessoa com a mão no abdômen, inclinada sobre o vaso sanitário, sugerindo dor ou desconforto urinário, em ambiente de banheiro.

A cistite recorrente é um problema comum, especialmente entre mulheres, e se caracteriza por infecções urinárias que se repetem com frequência. 

A condição pode impactar significativamente a qualidade de vida, causando desconforto, dor ao urinar e necessidade de uso repetido de antibióticos. 

Diversos fatores contribuem para a recorrência, como alterações hormonais, a própria anatomia do sistema urinário feminino, hábitos de higiene, atividade sexual e propriedades patogênicas bacterianas. 

Neste artigo, abordaremos o que é a cistite recorrente e quais suas causas mais comuns, os fatores de risco que favorecem a repetição das infecções e como prevenir novos episódios e quando procurar um especialista. Leia até o final e saiba mais!

O que é a cistite recorrente e quais suas causas mais comuns

A cistite recorrente é definida como a repetição frequente de infecções do trato urinário inferior, principalmente na bexiga. 

Para ser considerada recorrente, a cistite deve ocorrer em pelo menos 2 episódios em 6 meses ou 3 em 1 ano ou ainda quando há 3 episódios em 6 meses ou 4 em um ano, a depender da referência utilizada. 

Ela é mais comum em mulheres, devido à anatomia do trato urinário feminino, que favorece a entrada de bactérias.

As causas mais comuns da cistite recorrente incluem:

  • Presença de bactérias resistentes aos antibióticos
  • Falhas no tratamento inicial,
  • Reinfecção por novas bactérias, frequentemente vindas do intestino ou da região genital
  • Proximidade do ânus e da uretra, e própria predisposição da paciente
  • Alterações hormonais, especialmente na menopausa

Muitas vezes, as bactérias mais envolvidas são da espécie Escherichia coli, que colonizam facilmente a uretra e a bexiga.

Embora a cistite aguda seja considerada simples, os casos recorrentes exigem investigação e cuidado  para prevenir novos episódios. 

O diagnóstico e o acompanhamento médico são fundamentais para um plano de tratamento eficaz e duradouro.

Fatores de risco que favorecem a repetição das infecções

Diversos fatores aumentam a chance de infecções urinárias se repetirem, principalmente em mulheres em idade fértil, grávidas ou na menopausa. Entender essas condições ajuda a evitar novos episódios e permite um tratamento mais direcionado.

Principais fatores de risco:

  • Relações sexuais frequentes, que favorecem o movimento de bactérias para a bexiga
  • Uso de espermicidas e diafragma, que alteram a flora vaginal
  • Menopausa e queda de estrogênio, que reduzem a proteção natural da mucosa urinária
  • Má higiene íntima, com limpeza incorreta (de trás para frente)
  • Retenção urinária frequente ou baixa ingestão de líquidos
  • Constipação intestinal, que aumenta a carga bacteriana na região

Além disso, condições médicas como diabetes, bexiga neurogênica, uso de sondas urinárias e imunossupressão também elevam o risco de cistite recorrente. Mulheres com histórico familiar de infecção urinária também apresentam maior propensão.

Em alguns casos, o próprio estilo de vida contribui para a recorrência, como segurar a urina por muito tempo ou não urinar após relações sexuais. 

Por isso, é essencial avaliar o contexto de cada paciente individualmente, a fim de identificar os fatores envolvidos e adotar medidas preventivas eficazes.

Como prevenir novos episódios e quando procurar um especialista

A prevenção da cistite recorrente é possível e envolve mudanças de hábitos, medidas higiênicas e, em alguns casos, tratamento médico contínuo. Adotar uma rotina de cuidados pode reduzir significativamente a frequência das infecções.

Medidas preventivas recomendadas:

  • Aumentar a ingestão diária de água
  • Urinar sempre que sentir vontade, sem reter por longos períodos
  • Higienizar a região íntima adequadamente, sempre da frente para trás
  • Urinar após a relação sexual
  • Evitar produtos irritantes como duchas vaginais e sabonetes perfumados
  • Usar roupas íntimas de algodão e evitar peças muito apertadas

Além disso, mulheres na pós-menopausa podem se beneficiar do uso de cremes vaginais com estrogênio, que restauram a mucosa e reduzem o risco de infecção. Em casos específicos, o médico pode prescrever antibióticos de baixa dose em esquema profilático.

É importante procurar um especialista quando:

  • A cistite ocorre com muita frequência
  • Os sintomas são intensos ou duradouros
  • Há sangue na urina ou febre associada
  • O tratamento habitual não é eficaz

O nefrologista poderá solicitar exames específicos e orientar a conduta mais adequada. O acompanhamento profissional é essencial para evitar complicações e preservar a saúde urinária.

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Dra-Sara-Mohrbacher-CRM-146577
Dra. Sara Mohrbacher
CRM: 146577 |
RQE: 69465 - Clínica médica | 69466 - Nefrologia
Especialista em Nefrologia e Clínica Médica

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