A obesidade é uma doença que atinge 25,9% da população brasileira, afetando tanto homens como mulheres de todas as idades.
Neste post, iremos explicar o que é obesidade e sua associação com diversas outras doenças, incluindo problemas renais.
A prevalência de obesidade cresceu muito nos últimos 20 anos em todas as faixas etárias. Segundo a OMS, em 1980, 5% dos homens e 8% das mulheres eram obesos. Já em 2014, 39% dos homens e 40% das mulheres com mais de 18 anos tinham obesidade.
No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2020, 60,3% dos adultos têm excesso de peso e 25,9% da população brasileira é obesa. Por isso é tão importante abordarmos a obesidade em diversos contextos, como na nefrologia. Mas antes de falarmos sobre isso vamos entender o que é obesidade.
A obesidade consiste em uma doença que surge devido ao aumento do consumo de alimentos associada a uma diminuição do gasto da energia vinda da alimentação. Assim, há um acúmulo de gordura no corpo.
Essa diminuição do gasto está associada à diminuição da realização de atividades físicas, como caminhar, subir escadas, limpar a casa, entre outros fatores sedentários.
Além desses fatores, a obesidade também pode estar relacionada a distúrbios genéticos e/ou endócrino-metabólicos.
Apesar de indivíduos obesos serem facilmente reconhecidos pela gordura corporal, o principal critério utilizado para diagnosticar e classificar a obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal).
O IMC consiste em um cálculo entre o peso e a altura do indivíduo, sendo obtido a partir da fórmula: peso/altura².
O IMC é amplamente utilizado, mas tem como falha o fato de não nos dizer a composição corporal. Seres humanos podem ter IMCs iguais, porém um com musculatura bastante desenvolvida, enquanto outro, tem o mesmo IMC porém a composição corporal rica em tecido adiposo (gordura) e pouco músculo, que é o nosso tecido mais saudável.
A obesidade é associada ao surgimento de diversas doenças. Mesmo que seja difícil afirmar a relação de causa e efeito entre elas, sabe-se que a obesidade é um fator de risco importante. Essas doenças são alterações metabólicas, estruturais, inflamatórias, degenerativas, neoplásicas e psicológicas.
Entre elas estão diabetes tipo 2, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, doença hepática gordurosa não alcoólica, síndrome da apneia obstrutiva do sono e osteoartrite.
Dessa forma, a obesidade é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças renais, pois ela está associada a diabetes e hipertensão, causadores de Doença Renal Crônica!
A obesidade também promove um trabalho exagerado para o rim, o rim precisa hiperfiltrar, o que a longo prazo pode trazer cicatrizes a este órgão. É como se o rim estivesse trabalhando 24 horas por dia em intensidade máxima, sem trégua.
Além disso, a obesidade é associada ao desenvolvimento de diversos tipos de cânceres, inclusive renais.
O tratamento da obesidade sem o uso de medicamentos inclui dieta e atividade física para gerar um balanço energético negativo, ou seja, diminuir a ingestão de alimentos e aumentar a quantidade de atividade física, que, em geral, deve ser de moderada intensidade e com duração de mais de 150 minutos por semana.
Além disso, terapia e acompanhamento de comportamentos e pensamentos associados ao aumento da ingestão alimentar, como a ansiedade, devem ser abordados com psicólogos e psiquiatras.
Além da mudança do estilo de vida, fundamental, existem também medicações específicas para obesidade, e também, medicamentos para transtornos psiquiátricos como a compulsão. Tais medicações só devem ser prescritas por médico após um diagnóstico correto.
De qualquer forma, é essencial abordar a obesidade para prevenção das condições agravantes em saúde, não somente aos nossos rins, mas todo nosso organismo.