Uma das diferenças entre a hemodiálise e a diálise peritoneal é o local de realização do tratamento. Também existe diferença na forma como o sangue é filtrado e na frequência de realização das sessões.
Em um quadro de insuficiência renal, os rins perdem a sua capacidade de filtrar o sangue para eliminar as toxinas presentes nele. No entanto, elas precisam ser excretadas do corpo para não causarem desequilíbrios para a saúde. Sendo assim, é necessário que a pessoa se submeta a um procedimento de hemodiálise ou de diálise peritoneal. E claro, além destas opções de substituição, existe o transplante renal.
Em ambos os casos, são utilizadas máquinas para ajudar a filtrar o sangue, realizando a função que os rins deveriam cumprir. Mas apesar dos objetivos serem os mesmos, essas técnicas são diferentes entre si.
Neste artigo você vai entender como funciona a hemodiálise e a diálise peritoneal para descobrir em quais aspectos esses dois tratamentos se diferenciam.
A hemodiálise é o processo de filtragem do sangue realizado externamente. Esse procedimento deve ser feito em uma clínica especializada ou em um hospital, já que o paciente precisa ser conectado à máquina, que vai cumprir as funções do rim.
O sangue do indivíduo circula pelo equipamento e passa por um filtro chamado de dialisador. Ele retém as substâncias em excesso e as impurezas para que o sangue possa voltar para o organismo da pessoa limpo.
Para realizar a diálise peritoneal, o paciente não precisa estar em um hospital ou em uma clínica. Esse procedimento pode ser realizado em casa, mas também com auxílio de uma máquina específica.
É necessário fazer uma pequena cirurgia para inserir um cateter no abdômen do paciente. É por meio dele que o sangue vai circular para ser filtrado pelo equipamento. Uma vez por dia, é preciso conectar o cateter à máquina. Geralmente, os pacientes fazem isso durante a noite.
A máquina injeta um líquido no abdômen do indivíduo. Ele permanece algum tempo no organismo para atrair as toxinas da corrente sanguínea, depois, esse líquido é drenado e as toxinas são eliminadas.
Como você deve ter percebido, existem algumas diferenças significativas entre a hemodiálise e a diálise peritoneal. Uma delas é o local onde o procedimento é realizado.
No primeiro caso, é preciso um ambiente controlado, já que o sangue é filtrado fora do corpo do paciente, e também por ser um procedimento mais complexo que exige auxílio de enfermagem. Já na diálise peritoneal, é possível fazer isso em casa, por conta própria ou com auxílio de cuidadores, é claro, com a devida instrução prévia.
Outra diferença é justamente na maneira como é feita a filtragem do sangue. Conforme explicamos, na hemodiálise o filtro fica instalado na máquina. Na diálise peritoneal, na verdade não existe um filtro artificial. O próprio peritônio, membrana que reveste os órgãos abdominais, faz a separação do sangue, do líquido injetado e das toxinas.
Outra diferença que pode ser apontada entre os dois tratamentos é a frequência de realização. A hemodiálise acontece geralmente, em cerca de três sessões na semana, com duração de 4 horas cada uma delas. A diálise peritoneal precisa ser feita todos os dias, raras algumas exceções.
Tanto a hemodiálise quanto a diálise peritoneal apresentam suas vantagens. No primeiro caso, o paciente está em um ambiente controlado e cercado por profissionais qualificados, aptos para agir em caso de qualquer desconforto ou efeito colateral.
Além disso, fora dos horários de sessão, o paciente consegue manter uma rotina praticamente normal. A diálise peritoneal tem a vantagem de não ser necessário estar em uma instituição de saúde e também o paciente ficar com o dia todo livre.
A escolha do método vai depender das necessidades e da condição clínica de cada paciente. Por isso, a definição do tratamento ideal é feita pelo médico nefrologista responsável pelo caso.
De toda forma, em ambos os casos é possível alcançar o efeito desejado, de eliminar as impurezas do sangue para manter a saúde da pessoa. Por isso, qualquer um dos dois é uma excelente escolha para manter a qualidade de vida em quadro de insuficiência renal.