A insuficiência renal aguda se caracteriza pela perda da capacidade de funcionamento dos rins de forma súbita e rápida. Ou seja, esses órgãos de repente não conseguem mais cumprir as suas funções (manejo adequado de água no nosso organismo, eliminação de escórias derivadas do metabolismo das proteínas, ajuste de nossos eletrólitos, assim como muitas outras).
Essa perda ou redução momentânea da função renal faz com que os resíduos se acumulem no sangue, chegando a níveis que comprometem a composição química sanguínea e desequilibram o organismo por completo.
A insuficiência renal aguda pode se desenvolver em um tempo muito curto, como em algumas horas, ou pode ter uma evolução um pouco mais lenta, se agravando ao longo de alguns dias.
Esse é um problema comum em pessoas que estão hospitalizadas devido a outras condições de saúde. Também para aqueles que estão com alguma doença mais grave e que necessitam de cuidados intensivos.
Embora a insuficiência renal aguda possa ser revertida, ela é muito preocupante porque pode atrapalhar a recuperação da saúde do paciente e pode ser até fatal, caso não percebida e tratada adequadamente. Sendo assim, requer um tratamento imediato e intensivo.
A perda da função renal pode ser decorrente de uma série de fatores, como:
Alguns medicamentos também apresentam um grau significativo de toxicidade para os rins, por isso, podem levar à insuficiência renal aguda. É o caso de determinados anti-inflamatórios, quimioterápicos, antibióticos e contrastes à base de iodo.
Em alguns casos, a insuficiência renal aguda pode não manifestar sintomas, sendo diagnosticada por testes laboratoriais realizados devido a outro motivo. Entretanto, ela é um problema que costuma provocar sintomas, que podem incluir:
Como geralmente a insuficiência renal aguda acomete pessoas que já estão internadas, durante a realização de exames de rotina, ela pode ser identificada. De toda forma, os exames que permitem o diagnóstico desse problema são:
Como a insuficiência renal aguda se caracteriza pela perda da função dos rins, o paciente pode precisar de sessões de hemodiálise, pelo menos de maneira provisória. Elas são necessárias para filtrar o sangue enquanto os rins se recuperam e retomam o seu funcionamento normal.
Existem casos em que é possível reverter por completo a insuficiência, e essa recuperação depende de diferentes fatores, como a idade do paciente, as condições dos rins antes do problema e a associação da insuficiência a outras doenças. Porém, alguns pacientes recuperam parcialmente as funções renais, e outros podem desenvolver insuficiência renal crônica.
O tratamento depende daquilo que provocou a perda das funções renais, por isso, ele varia bastante. Além da sessão de hemodiálise, podem ser receitados medicamentos para controlar possíveis infecções que estejam causando a insuficiência. Também podem ser utilizados diuréticos, que ajudarão os rins a eliminar os líquidos.
Pode ser indicada uma mudança na dieta, com restrição de líquidos e alguns alimentos, a fim de minimizar o acúmulo de toxinas no sangue.
Um dos fatores de risco mais comum é o quadro de infecções mais severas e tratamentos médicos intensivos.
A desidratação é o outro fator de risco, que inclui também as doenças renais pré-existentes e a automedicação realizada com substâncias tóxicas ao rim.
A prevenção da insuficiência renal aguda envolve principalmente o cuidado com a saúde dos rins. Portanto, é preciso manter uma dieta equilibrada evitando o excesso de gorduras, de sal e de carne vermelha.
O peso corporal deve ser mantido dentro de limites saudáveis, e é importante praticar exercícios físicos regularmente, além de abandonar o tabagismo. Quadros de hipertensão arterial e diabetes precisam ser mantidos sob controle. E ainda, é fundamental evitar a automedicação e tomar os medicamentos sempre de acordo com as recomendações do médico que prescreveu.
Referências
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Acute Kidney Injury: Diagnosis and Management