Potássio alto no sangue: por que isso é perigoso?

Tempo de leitura: 3 min.
atualizado em 26/05/2025
Sumário

Potássio alto no sangue, conhecido como hipercalemia, pode representar risco à saúde, especialmente ao coração. Mesmo sem sintomas, essa alteração pode levar a arritmias graves e exige atenção médica imediata. Saber identificar causas e tratamentos é essencial para prevenir complicações. Entenda mais sobre esse assunto!

Ilustração de vasos sanguíneos com células vermelhas e brancas em destaque, representando a circulação do sangue no organismo.

A hipercalemia, ou potássio alto no sangue, é uma condição que ocorre quando os níveis desse eletrólito ultrapassam o valor considerado normal, geralmente acima de 5,5 mEq/L. 

Embora nem sempre cause sintomas imediatos, pode se tornar perigosa e até fatal se não for tratada, principalmente por seu impacto direto sobre o coração. Ela pode surgir por disfunções renais, uso de certos medicamentos ou doenças crônicas. 

A hipercalemia é mais comum em pessoas com problemas renais ou que fazem uso prolongado de diuréticos poupadores de potássio. 

Neste artigo, abordaremos o que é hipercalemia e quais são suas causas mais comuns, por que o potássio alto pode ser perigoso para o coração e outros órgãos e como identificar e tratar a hipercalemia corretamente. Leia até o final e saiba mais!

O que é hipercalemia e quais são suas causas mais comuns

Hipercalemia é o termo médico usado para descrever níveis elevados de potássio no sangue. O potássio é essencial para diversas funções no organismo, incluindo a contração muscular e o funcionamento adequado do coração.

As causas mais comuns de hipercalemia incluem:

  • Insuficiência renal aguda ou crônica: os rins são responsáveis por eliminar o potássio. Quando não funcionam corretamente, o potássio se acumula no sangue.
  • Uso de medicamentos: alguns remédios, como inibidores da ECA, diuréticos poupadores de potássio (ex: espironolactona), anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e bloqueadores dos receptores da angiotensina, podem elevar os níveis de potássio.
  • Lesões musculares graves: em casos de trauma, queimaduras extensas ou rabdomiólise, o potássio é liberado em grande quantidade das células para o sangue.
  • Acidose metabólica: condições que alteram o equilíbrio ácido-base do corpo também afetam o transporte do potássio entre o sangue e as células.

Outras causas incluem transfusões de sangue, dieta excessivamente rica em potássio e doenças endócrinas, como a doença de Addison. 

A hipercalemia pode ser detectada por exames laboratoriais de rotina e exige investigação cuidadosa para determinar a origem do desequilíbrio.

Por que o potássio alto pode ser perigoso para o coração e outros órgãos

O potássio desempenha papel vital na condução elétrica das células musculares, especialmente as do coração. 

Quando seus níveis no sangue estão acima do normal, a eletricidade cardíaca pode ser comprometida, resultando em arritmias potencialmente fatais. 

Complicações cardíacas associadas à hipercalemia:

  • Bradicardia (batimento lento do coração)
  • Bloqueios cardíacos
  • Fibrilação ventricular
  • Parada cardíaca

Essas alterações podem ser detectadas por eletrocardiograma (ECG), que pode mostrar ondas T apiculadas, alargamento do QRS e ausência de onda P em casos graves.

Além do coração, a hipercalemia pode afetar:

  • Sistema neuromuscular: causando fraqueza muscular, paralisia e fadiga intensa
  • Sistema gastrointestinal: levando a náuseas, vômitos e cólicas

Quando não tratada, a hipercalemia pode evoluir rapidamente para consequências irreversíveis. O risco é ainda maior em pacientes com doença renal crônica, idosos e pessoas com uso contínuo de medicamentos que interferem na excreção de potássio.

Por isso, mesmo pequenas elevações devem ser monitoradas com atenção, e qualquer sintoma deve motivar uma avaliação médica imediata para evitar complicações graves.

Como identificar e tratar a hipercalemia corretamente

A identificação da hipercalemia é feita por meio de exames de sangue que medem a concentração de potássio. Em geral, ela é considerada leve entre 5,1 e 5,5 mEq/L, moderada entre 5,6 e 6,0 mEq/L e grave acima de 6,0 mEq/L. 

Em muitos casos, ela não causa sintomas, sendo detectada em exames de rotina, mas pode se manifestar com sinais que exigem ação imediata.

Principais formas de diagnóstico e acompanhamento:

  • Dosagem de potássio sérico
  • Eletrocardiograma (ECG) para avaliar impacto cardíaco
  • Avaliação da função renal (creatinina, ureia, TFG)
  • Revisão de uso de medicamentos

O tratamento depende da gravidade do caso:

  • Casos leves: ajuste na dieta, suspensão de medicamentos que aumentam o potássio, hidratação adequada
  • Casos moderados: uso de medicamentos como resinas trocadoras de potássio (ex: poliestireno sulfonato)
  • Casos graves: administração intravenosa de cálcio (para proteger o coração), insulina com glicose (para deslocar o potássio para dentro das células), bicarbonato e até diálise, se necessário

Além disso, a orientação de um médico nefrologista é fundamental em casos recorrentes ou sem causa identificada. O controle rigoroso do potássio é essencial para prevenir complicações sérias, especialmente cardiovasculares.

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Dra-Sara-Mohrbacher-CRM-146577
Dra. Sara Mohrbacher
CRM: 146577 |
RQE: 69465 - Clínica médica | 69466 - Nefrologia
Especialista em Nefrologia e Clínica Médica

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