Potássio alto: o que pode provocar esse desequilíbrio?

Tempo de leitura: 3 min.
atualizado em 21/07/2025
Sumário

O potássio é essencial para o equilíbrio do nosso organismo, mas quando está em excesso, pode se tornar perigoso, especialmente para o coração. Entender o que causa esse desequilíbrio, como identificar seus sinais e quais tratamentos estão disponíveis é fundamental para a saúde. Entenda mais sobre esse assunto!

Profissional segurando tubo de ensaio com amostra de sangue rotulado como “Potassium - Test” para exame de potássio.

Todos que têm problema no rim, terão problema com potássio alto?

A hipercalemia é uma condição caracterizada pela elevação dos níveis de potássio no sangue, podendo causar complicações graves como arritmias cardíacas e, em casos extremos, parada cardíaca. 

Apesar de pouco comentada fora do ambiente hospitalar, trata-se de um desequilíbrio eletrolítico potencialmente perigoso, que pode surgir devido a doenças renais, uso de medicamentos ou distúrbios metabólicos. 

Manter o potássio dentro dos níveis normais é essencial para o funcionamento adequado dos músculos e do coração. 

Neste artigo, abordaremos o que é a hipercalemia e quais os riscos do potássio elevado no sangue, as principais causas do aumento de potássio no organismo e como identificar e tratar o excesso de potássio de forma segura. Leia até o final e saiba mais!

O que é a hipercalemia e quais os riscos do potássio elevado no sangue

A hipercalemia é o termo médico utilizado para descrever níveis elevados de potássio no sangue, geralmente acima de 5,0 mEq/L. O potássio é um eletrólito vital para a função muscular, incluindo a atividade do coração. Quando esse equilíbrio é rompido, o risco de complicações aumenta consideravelmente.

Entre os principais riscos da hipercalemia, destacam-se:

  • Alterações no ritmo cardíaco (arritmias), que podem ser fatais
  • Fraqueza muscular e paralisia
  • Alterações na condução elétrica do coração, visíveis no eletrocardiograma
  • Em casos graves, risco de parada cardíaca súbita

A hipercalemia pode se manifestar de forma assintomática em seus estágios iniciais, sendo detectada apenas por exames de sangue. 

Porém, em situações mais avançadas, pode haver sintomas como fadiga, sensação de fraqueza, palpitações, dormência e dificuldade para respirar.

A gravidade do quadro depende tanto da concentração de potássio quanto da velocidade com que ele se eleva. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.

Por isso, pacientes com risco aumentado, como os com insuficiência renal ou em uso de certos medicamentos, devem realizar monitoramento frequente. Tratar a hipercalemia de forma rápida e eficaz é uma medida vital para preservar a função cardíaca e a vida do paciente.

Principais causas do aumento de potássio no organismo 

Diversas condições podem levar ao acúmulo excessivo de potássio no sangue. As causas mais frequentes estão relacionadas à incapacidade do organismo de eliminar o potássio adequadamente ou a uma liberação súbita do potássio das células para a corrente sanguínea.

As causas mais comuns incluem:

  • Insuficiência renal crônica ou aguda: os rins não conseguem eliminar o potássio na urina
  • Uso de medicamentos como inibidores da ECA, bloqueadores dos receptores de angiotensina, diuréticos poupadores de potássio e anti-inflamatórios
  • Destruição celular intensa, como em casos de rabdomiólise, queimaduras extensas, trauma ou quimioterapia
  • Acidose metabólica, que promove o deslocamento do potássio do meio intracelular para o extracelular
  • Ingestão excessiva de potássio, especialmente em pacientes com função renal comprometida

Pessoas com doenças crônicas, especialmente renais e cardíacas, estão mais propensas ao desenvolvimento de hipercalemia.

Além disso, o uso de suplementos alimentares e dietas ricas em potássio, como algumas dietas para hipertensão, podem ser um risco adicional se não forem bem orientadas.

Como identificar e tratar o excesso de potássio de forma segura

O diagnóstico da hipercalemia é feito por meio de exames laboratoriais que avaliam a concentração de potássio no sangue. 

Além disso, o eletrocardiograma (ECG) pode fornecer pistas importantes, pois alterações como ondas T apiculadas, alargamento do QRS ou bloqueios podem indicar um quadro grave.

Os sinais clínicos que podem sugerir hipercalemia incluem:

  • Fraqueza muscular progressiva
  • Formigamentos ou sensação de queimação
  • Náuseas e fadiga
  • Ritmo cardíaco irregular ou palpitações

O tratamento da hipercalemia depende da gravidade do quadro:

  • Casos leves: podem ser tratados com restrição de potássio na dieta e ajustes de medicamentos
  • Casos moderados a graves: exigem intervenções como administração de cálcio intravenoso, insulina com glicose, diuréticos ou resinas trocadoras de potássio
  • Casos críticos: podem necessitar de hemodiálise para remoção rápida do potássio

Além disso, é fundamental tratar a causa subjacente, como insuficiência renal ou lesão tecidual. 

A prevenção também é importante: pacientes em risco devem manter acompanhamento regular, evitar automedicação e seguir orientações médicas sobre alimentação e uso de suplementos.

Saiba mais: Quais as recomendações nutricionais para um paciente em diálise?

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Dra-Sara-Mohrbacher-CRM-146577
Dra. Sara Mohrbacher
CRM: 146577 |
RQE: 69465 - Clínica médica | 69466 - Nefrologia
Especialista em Nefrologia e Clínica Médica

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