Fístulas arteriovenosas para hemodiálise: tipos e indicações

Tempo de leitura: 3 min.
atualizado em 24/09/2025
Sumário

A fístula arteriovenosa para hemodiálise é uma conexão cirúrgica entre artéria e veia, essencial para pacientes em tratamento dialítico. Neste artigo, você entenderá os tipos de fístulas disponíveis, quando são indicadas e quais os critérios para sua escolha. Entenda mais sobre esse assunto!

Imagem de um procedimento cirúrgico no braço, mostrando médicos com luvas realizando sutura vascular em ambiente hospitalar.

A fístula arteriovenosa (FAV) é uma conexão artificial entre uma artéria e uma veia, criada cirurgicamente para permitir o acesso vascular em pacientes que realizam hemodiálise. 

Essa ligação facilita o fluxo de sangue necessário para que o procedimento ocorra com segurança e eficiência, sendo considerado o acesso de escolha por sua durabilidade e menor risco de infecção.

Criar essa conexão exige uma avaliação individualizada, levando em conta fatores como idade, presença de comorbidades e anatomia vascular. 

Além disso, existem diferentes tipos de fístulas que variam conforme a localização e as necessidades do paciente. A escolha correta é fundamental para garantir o sucesso do tratamento dialítico.

Neste artigo, abordaremos os principais tipos de fístulas arteriovenosas utilizadas na hemodiálise, as indicações específicas para cada tipo e os critérios médicos adotados para sua escolha. Leia até o final e saiba mais!

Tipos de fístulas arteriovenosas utilizadas na hemodiálise

As fístulas arteriovenosas para hemodiálise são classificadas de acordo com o local anatômico onde são confeccionadas. Cada tipo possui vantagens e limitações, sendo escolhido conforme o perfil vascular do paciente e outros critérios clínicos.

As principais fístulas utilizadas são:

  • Fístula radiocefálica (punho): mais comum e preferida por ser superficial e ter menor risco de complicações
  • Fístula braquiocefálica (cotovelo): usada quando a veia do punho não é adequada
  • Fístula braquiobasílica com transposição: indicada em casos mais complexos, quando as veias superficiais não estão disponíveis

A fístula radiocefálica é geralmente a primeira opção por ser mais fácil de manejar e ter bons resultados a longo prazo. Já a braquiocefálica, apesar de ter maior fluxo sanguíneo, pode ter mais complicações como estenose venosa. 

A braquiobasílica é mais difícil de ser realizada, exigindo cirurgia mais complexa, mas pode ser uma boa alternativa quando as opções anteriores não são viáveis.

A escolha do tipo ideal envolve exames de imagem como o mapeamento vascular por ultrassom, que avalia a anatomia das artérias e veias disponíveis. Assim, o cirurgião consegue planejar o melhor local para a criação da fístula.

Indicações clínicas para a criação de uma fístula

A criação de uma fístula arteriovenosa é indicada em pacientes com doença renal crônica em estágio avançado, que necessitam iniciar ou manter a hemodiálise como terapia substitutiva. 

A indicação deve ser feita com antecedência, para garantir que a fístula esteja funcional e pronta para uso quando a diálise for iniciada.

As principais indicações clínicas incluem:

  • Pacientes com taxa de filtração glomerular abaixo de 15 ml/min/1,73m²
  • Doença renal crônica com previsão de necessidade de diálise em até 6 meses

Além desses critérios, é fundamental considerar o tempo necessário para a maturação da fístula, que pode levar de 6 a 8 semanas. 

Esse período é essencial para que a veia aumente de calibre e suporte o fluxo sanguíneo da hemodiálise. Caso a fístula não evolua adequadamente, outros acessos vasculares temporários podem ser utilizados.

Portanto, a avaliação médica precoce é decisiva para evitar atrasos no início do tratamento e minimizar complicações como tromboses ou infecções por uso prolongado de cateteres centrais.

Critérios para a escolha da fístula mais adequada

A seleção da fístula mais adequada depende de uma série de fatores clínicos e anatômicos. O objetivo é garantir um acesso durável, com bom fluxo e baixa taxa de complicações. 

A decisão deve ser feita de forma personalizada, após análise cuidadosa de exames e do histórico do paciente.

Os principais critérios considerados são:

  • Anatomia vascular avaliada por doppler vascular
  • Mão dominante do paciente
  • Idade e comorbidades como diabetes ou insuficiência arterial periférica
  • Histórico de cirurgias ou uso prévio de acessos vasculares
  • Expectativa de duração da terapia dialítica

O mapeamento pré-operatório permite identificar artérias e veias com calibre adequado e sem obstruções, o que aumenta a chance de sucesso da fístula. 

Em idosos ou pacientes com doenças vasculares, a escolha deve ser ainda mais criteriosa, pois há maior risco de falha de maturação.

A colaboração entre nefrologista e cirurgião vascular é essencial nesse processo, garantindo uma abordagem multidisciplinar eficaz. A escolha correta da fístula reduz complicações e melhora a qualidade de vida do paciente em hemodiálise.

Perguntas Frequentes:

O que é uma fístula arteriovenosa?

É uma conexão cirúrgica entre uma artéria e uma veia para permitir o acesso à hemodiálise.

Quais são os tipos de fístula arteriovenosa?

Radiocefálica, braquiocefálica e braquiobasílica com transposição.

Quais são as indicações para a criação de uma fístula arteriovenosa?

É indicada principalmente para pacientes com insuficiência renal crônica que necessitam de hemodiálise.

Quais são as complicações de uma fístula arteriovenosa?

Estenose, trombose, infecção e falha na maturação.

Quais os cuidados que o paciente deve ter com a fístula arteriovenosa?

Evitar traumas, não medir pressão no braço da fístula e manter boa higiene no local.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!
Dra-Sara-Mohrbacher-CRM-146577
Dra. Sara Mohrbacher
CRM: 146577 |
RQE: 69465 - Clínica médica | 69466 - Nefrologia
Especialista em Nefrologia e Clínica Médica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

magnifiercrosschevron-down